
Foi assim. Do nada. Conversando com minha amiga decidi eliminar a coisa estranha que estava meu cabelo e digo estranha, porque apesar de ser meu, não era meu.
Desde os 3, 4 anos de idade faço amaciamento (intervenção química capilar com amônia para diminuir o volume da raiz), é, super nova mesmo. E entendo minha linda mamãe por me colocar nesse Universo. Como eu já disse antes, não há negros ou descendentes na minha família, ninguém tinha um cabelo semelhante ao meu para lidar. Até que o cabelo da minha mãe era volumoso e cacheado (em algumas fases da vida), mas mesmo assim ela não gostava e tinha alguns truques para mudar isso. Enfim, eu vivia com cabelo bem preso, bem puxado (lindo, mas TODOS OS DIAS? Haha). Então minha mãe me levou para o salão de cabeleireiro bem cedo e com o procedimento poderia usar o cabelo solto, já que o volume era o inexistente, sendo assim, mais fácil de arrumar. Esse ritmo de amaciamento na raiz era muito bom na época. Ele tirava o volume, mas não os cachos.
Até que chegou o dia em que o amaciamento já estava no cabelo inteiro, da raiz às pontas, por conta do crescimento do cabelo, e ficou muitos anos assim. Sem ter o que fazer com ele, no primeiro mês de amaciamento uma beleza nos outros uma coisa “SEM”: sem vida, sem volume, sem cachos. Eu não tinha muita opinião sobre, não entendia muita coisa e nem conhecia muitas crespas ou cacheadas. Só ouvia dizer o quanto era difícil ter cabelo cacheado/crespo. Sempre. Conheci a escova e a chapinha (primeiro achei que não pegaria no meu cabelo por nada, mas pegou!) e me apaixonei pelo resultado! Achei que tinha achado a solução para cabelo bonito por mais tempo e usei bastante mesmo!!!
No ensino médio, um pouco mais madura eu queria MUITO ter cabelo cacheado e achava que não poderia mais, pelo menos não com aquele cabelo e cheguei a pensar em permanente, mas mudar a rotina e fazer química com química… Melhor não!
Eu nem tinha noção de que aquela raiz crespa e volumosa seria minha salvação. Eu sempre quis escondê-la, porque ela me atrapalhava bastante.
Entrei na faculdade que apesar de ser de Exatas, muito aprendi sobre o meu próprio ser, principalmente com colegas. Busquei pesquisar mais sobre o assunto de ser negro com “cabelo duro” e me ver cada vez mais incluída nesse universo.
Conheci algumas blogueiras que falavam sobre transição capilar e que o modo mais rápido seria fazendo o corte de toda química, o BC (Big Chop). Fui pensando e no sétimo mês após o último amaciamento aconteceu o Grande Corte. Minha libertação! E o engraçado é que parece que não foi um simples corte de fios, foi um presente que dei a mim mesma! Um gesto de amor próprio ☺ Eu gostaria que todos tivessem essa sensação!
Enfim, foi mais ou menos isso. Sou muito mais feliz e tenho algo importante a dizer: cabelo crespo ou cacheado não é difícil de lidar.
Histórico dos últimos anos:

- Com cabelo liso (amaciamento e chapinha):

- Em transição:
Dias pós BC:
Hoje em dia (2 anos natural)

Grande beijo,
Duda @negraecrespa