Brasil tem 11 negros entre os mais influentes do mundo, – fora do continente africano – em 2021, segundo ONU

É isso mesmo! São onze negros representando o Brasil nessa lista anual do MIPAD (Most Influential People of African Descent), da ONU. Em anos anteriores essa lista já conteve Taís AraújoLázaro Ramos, Emicida, Iza, Léo Santana, Kenia Maria, Érico Brás, Djamila Ribeiro, Nina Silva, Lisiane Lemos, Neymar, Konrad (Kondzilla), Adriana Barbosa, Ingrid Silva, Paulo Rogério Nunes, Erica Malunguinho, Alan Soares, Samantha Almeida, Renan Souza, Danilo Rosa de Lima, Rene Silva, Stephanie Ribeiro, Marcus Vinicius Marinho, Paulo Paim e as irmãs Brenda Agi & Betty Agi. No último ano foram 10 representantes.

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O MIPAD lista 200 negros (100 africanos e 100 fora da África) atuantes em causas negras ou representativos em categorias como política, negócios, mídia e humanitarismo. A ideia da homenagem é construir uma rede mundial desses influenciadores para alcançar as metas da International Decade for People of African Descent (2015 – 2024), década Unidas com foco nos afrodescendentes e seus direitos declarada pela ONU.

Erika Hilton – A primeira transexual eleita vereadora em São Paulo e, com mais de 50 mil votos, a mulher mais votada. É ativistas dos direitos negros e LGBTQIA+. Ela está pela segunda vez na lista, no último ano, Erika estava também.

Christiane Silva Pinto – criadora do comitê de igualdade racial do Google no Brasil, AfroGoogles.

Ad Junior – Influenciador digital e head de marketing do canal Trace Brasil.

Claudia Alves – Diretora e documentarista.

Gil Nogueira – É Brasiiiiiiiil, nosso Gil do Vigor, economista e ex-BBB está na lista também.

Edu Lyra – Empreendedor social, criador da ONG Gerando Falcões.

Viviane Ferreira – Cineasta.

Lázaro Ramos e Taís Araújo – atores que estão pela segunda vez na lista também.

Margareth Menezes – Cantora.

Luciana Barreto – Âncora da CNN Brasil.

Desde 2017, quando a lista foi criada, o Brasil sempre tem representantes. O Brasil é o país com mais negros fora da África e recentemente um relatório da própria ONU aponta que o país tem racismo sistêmico, na próxima semana sai um post sobre esses dados.

Adotar é amor

Na última segunda (25) foi Dia Nacional da Adoção, sabia?

Não sei se todos que acompanham o blog sabem, mas sou filha adotiva e adoro falar sobre isso, inclusive tem um tópico especial sobre no meu instagram @negraecrespa e quero trazer esse tema mais para cá também.

#VÍDEO: Bate-papo sobre Adoção

No decorrer desse post vou explicar um pouquinho da situação de adoção no Brasil, certo?

Para fins legais, adoção é o ato jurídico no qual um indivíduo é permanentemente assumido como filho por uma pessoa ou por um casal que não são seus pais biológicos. Para mim, é um dos maiores atos de amor.

Atualmente são 5 mil crianças aptas para serem adotadas no Brasil. O que surpreende é que o número de casais dispostos a adotar é muito superior, aproximadamente 7 vezes maior. Essa conta não fecha justamente pelo perfil determinado pelos adotantes.

Segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção, a maioria deles busca por crianças bem pequenas ou recém-nascidas, com idade máxima de três anos, brancas e saudáveis, preferencialmente meninas.

No entanto, a maioria das crianças e adolescentes disponíveis tem o seguinte perfil: menino de 14 anos, negro e com um irmão também em situação de adoção.

 

Eu tenho uma experiência extremamente positiva com adoção. Eu sou filha adotiva e minha irmã mais nova também. Amo saber de histórias de adoção, me faz bem e acredito que elas atingem as pessoas de forma agradável e inspiram esperança.

 

“Que personagem é você nessa história que marca os privilégios de uma sociedade preconceituosa, conservadora e moralista?”

Há alguns dias houve uma formatura de jornalismo da PUCRS, uma das grandes amigas da minha irmã estava nessa turma, Michelle Nascimento, e, junto de Daniel Quadros, fizeram um discursos arrebatador que fez com que minha irmã se tocasse e pedisse que eu fosse assistir assim que chegou em casa.

Realmente, aquele discurso me tocou, assim como eu sei que tocará vocês. A Mi gentilmente me compartilhou o texto e agora eu passo a vocês.

Leiam com atenção e coração aberto.

“Me disseram que a essência do jornalismo é contar histórias. Isso mesmo, contar histórias. E eu realmente acredito nessa definição. Podemos perceber isso com o tempo. Desde João do Rio, que em primeiro de junho de 1899, com 17 anos incompletos, teve seu primeiro texto publicado no jornal O Tribunal. Desde que o Golpe Militar no Brasil, em 1964, corrompeu jornalistas, a mídia e a imprensa que silenciaram os horrores da censura e da tortura. Desde que documentos históricos que serviriam como provas para o período da escravidão foram queimados por ordem de Ruy Barbosa. O Primeiro ministro da Fazenda na época da proclamação da República, em 1890, como tentativa de transformar a dor de gerações, em cinzas. Assim como os seus antecedentes e os que vieram depois dele, até os dias de hoje, a história é sempre contada por quem conta.

Mas uma história por si só tem muitos lados, aspectos e implicações. Martin Luther King Júnior tinha um sonho: que seus filhos vivessem um dia em uma nação onde não seriam julgados pela cor de sua pele, mas pelo teor de seu caráter. Elisa Leonida Zamfirescu quis ser engenheira, e mal sabia ela que no ano de 1973, aos 86 anos, seria umas das primeiras mulheres no mundo a realizar tal feito. Assim como Kathrine Switzer, que no ano de 1967, foi a primeira mulher a participar da famosa Maratona de Boston, enquanto outros membros da organização do evento corriam atrás dela para tentar impedi-la. E tem mais: Harvey Milk, representante distrital de São Francisco, foi o primeiro homem gay assumido a vencer uma eleição nos Estados Unidos, mesmo quando isso não era tão falado, em 1977. E assim como ele, Alan Turing, o matemático e cientista que foi um dos responsáveis pela formalização do conceito de algoritmo, a base da teoria da computação, por volta de 1926, também era gay. Mesmos os mais INVISIBILIZADOS, como as pessoas com deficiência, contaram histórias diferentes. Maria da Penha, mãe de três, levou um tiro de espingarda de seu marido e ficou paraplégica, em 1983. Ao voltar para casa, foi agredida pelo companheiro, que tentou eletrocutá-la no chuveiro. Ela dedicou quase vinte anos de sua vida para que sua história fosse contada da forma correta e não se repetisse, desejando que outras mulheres não passassem por violências em seus lares.

Essas eram as histórias que elas e eles queriam contar à uma nação de pessoas que acreditavam em um futuro melhor, um futuro diferente, um futuro onde cabem todos nós. A gente aqui em cima deste palco, vocês aí na plateia, e todos ao qual o Brasil pertence, e para além dos seus muros e fronteiras.

Mas esse discurso não era sobre jornalismo?

Bem, aí que tá. Jornalismo não é sobre segurar um microfone e brilhar nas televisões, estar no foco dos holofotes ou ter uma coluna social no jornal mais lido da cidade. Não é só isso, pelo menos. Na verdade, isso é o que ele menos é. Ou talvez nem seja.
O jornalismo é sobre a sociedade como um todo, está imerso nela, não fica acima, nem abaixo, mas no reflexo de suas ideologias e valores, crenças e bagagens, motivações e reivindicações. Passamos pelo menos quatro anos na universidade aprendendo sobre a
importância da dedicação do jornalista para transmitir a realidade; a responsabilidade social da profissão para com o público, assim como a sua integridade; o respeito ao interesse público, interesse do público, aos valores universais e à diversidade de culturas; a eliminação da guerra e de outros grandes males que confrontam a humanidade; além da promoção de uma nova ordem mundial, onde o acesso à informação e a comunicação sejam prioridades.
Por isso, apesar de não ser necessário, nós vamos explicar de novo. É nosso
dever, como interlocutores, combater a disseminação de notícias falsas, que na verdade, não são notícias. Defender a democracia, o direito à vida e os direitos humanos. Principalmente quando o nosso atual presidente é contra a atuação de jornalistas, os DESMORALIZANDO com críticas e ataques à liberdade de expressão. Um governo da sequência após um golpe na presidência e uma eleição sustentada por mentiras, em uma batalha a qual o jornalismo QUASE perdeu, o nosso valor se prova cada vez mais necessário.

Hoje estamos nos formando. Mas outra questão importante é que as próximas gerações de jornalistas dependem da atuação das autoridades na defesa de um ensino de qualidade e acessível para todos. No Brasil, as salas de aula estão sendo ameaçadas pelo atual governo do país, que indica cortes de verbas, restrição de bolsas e bloqueios de orçamentos para universidades federais. Em regressos como este, devemos estar ainda mais preparados para amparar uma nação que tem a sua educação comprometida.

Ao sairmos daqui hoje, o mundo lá fora conta com a gente. As minorias em representatividade, mais do que todos, precisam de nós. Inclusive, é engraçado, pra não dizer confuso, ser chamado de minoria, né? Em um país onde 54% da população é negra ou parda, 51% são mulheres, 45 milhões são pessoas com deficiência e pelo menos vinte e duas milhões de pessoas se assumem como LGBTQIs, isso deveria, no mínimo, ser repensado.
É hora de sermos protagonistas das nossas histórias, mas de também assumirmos nossos privilégios. Entre 37 formandos, somos apenas quatro alunos negros. E nos desculpem se falamos demais sobre isso, mas é que negros, são negros todos os dias, perseguidos nos estabelecimentos e impedidos de acessar aquele lugar legal que você gosta de frequentar. E se isso te incomoda, então a gente cumpriu o nosso papel de representar toda essa turma de graduandos que escolheu nos colocar aqui para contar isso à todos vocês.

Enquanto ao olhar para o lado vocês não enxergarem outros negros, pardos e pessoas de todas as cores e origens, mulheres, LGBTQIs, pessoas com deficiências, gordos, magros, e todas as formas de ser em cargos de liderança, nas universidades, na mídia, e onde elas quiserem estar, nós vamos continuar falando.
Então, por favor, nos ajudem a não precisar contar mais essa antiga história.

Se não nós, jornalistas, quem irá reescrever a história do país que mais mata LGBTQIs no mundo?

De qual lado da história você está quando o número de casos de feminicídio aumenta 76% no primeiro trimestre de 2019, no Brasil?

Que personagem é você nessa história que marca os privilégios de uma
sociedade preconceituosa, conservadora e moralista?

O que você diz sobre a história que é escrita quando 64% dos desempregados e presidiários no Brasil são negros? Quando os 54% da nossa população que é formada por negros, são dizimados, sendo que 7 em cada 10 dos homicídios no Brasil, também são com negros e negras? É o caso do Evaldo Rosa dos Santos, cujo carro foi alvejado com 83 tiros em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro. E tem mais: quem mandou matar Marielle?
Ao fim dessa fala, novos profissionais tomam seus postos no vasto mercado que é o jornalismo e a comunicação. Essas meninas e meninos encarando vocês aqui em cima deste palco já estão mudando o mundo, e a história dele.

Cabe a você, caro aliado que está aí atento, decidir se vem com a gente, reescrever a história, ou se continuará contando as mesmas de sempre. A gente já tomou a nossa decisão. Em defesa do jornalismo, da liberdade de expressão, da pluralidade, da educação, e de um Brasil que pertença aos seus, de fato.

Hoje é o fim de um ciclo, e o início de todo o restante de novas vidas. E a gente se encontra por aí, nas nossas novas histórias.
E como dizia Nelson Mandela: A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.
E nós acreditarmos que essa arma deveria ser a única empunhada pela nossa população, e acima de tudo, não deveria ser um privilégio de poucos!
Vamos avante! Obrigado!”

 

Arrepiou aí também?

 

Michele Nascimento (@micheleenasc) & Daniel Quadros (@eudanielquadros)

Segundo estudo, as mulheres negras têm a menor renda entre os diplomados no país

Mulher negra recebe muito menos que homem e mulher brancos e homem negro, mesmo todos diplomados. Mais uma prova de que ser mulher negra no Brasil é bem difícil mesmo.

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Esses dados foram apresentados no estudo “O Desafio da Inclusão”, do Instituto Locomotiva, com base de dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Os resultados são que entre homens brancos acima de 25 anos, 18% têm ensino superior e renda média de R$ 6.702 e entre os negros, apenas 6% têm graduação, e a renda média é de R$ 4.810. E se tratando de distinção de gênero, entre mulheres brancas 21% tem diploma e o rendimento médio é de R$ 3.981, já entre as mulheres negras, 9% são diplomadas e possuem a menor renda média, R$ 2.918. Ou seja, de acordo com o estudo, as mulheres negras têm a menor renda entre os trabalhadores com ensino superior. A diferença salarial de um homem branco e uma mulher negra é de 43%!

Se essa imagem fosse em uma empresa qualquer, com personagens reais e com o mesmo nível de posição, você saberia dizer quem ganha mais?

Além de termos que nos superar a cada dia, não ter espaço para falhas mínimas, ainda recebemos menos. Por que a cor da pele define competência de alguém?

Tal desigualdade salarial entre brancos e negros e entre os sexos representa um prejuízo bilionário. Segundo o Locomotiva, a desigualdade salarial causa um prejuízo bilionário, já que há o desperdício de mais de 800 bilhões de reais que poderiam estar no mercado.

E aí, vamos ficar até quando definindo capacidade pela raça? Não podemos esperar chegar os 150 anos previstos para equilibrar as oportunidades de brancos e negros.
A mudança tem que ser já, agora!!!
Duda Buchmann
Texto original escrito para o ATLGirls.

Dia Nacional do Livro: dicas dos livros levados para as votações – “mais livros, menos armas”

Oi, lindezas!

O dia de ontem (28) foi histórico por N motivos, mas uma das partes lindas foi a mobilização de eleitores levando livros consigo na hora de votar, a convite do candidato Haddad e de sua fala de “MAIS LIVROS, MENOS ARMAS”.

Aproveitando o Dia Nacional do Livro no dia de hoje, 29 de outubro, juntei alguns dos livros que vi em fotos de famosos ou não para compartilhar com vocês.

Segue as fotos dessa galera linda e abaixo a listagem dos livros:

https://www.instagram.com/p/BpfccANgnCf/?taken-by=jacyjuly

https://www.instagram.com/p/BpfTg0ejxYh/?taken-by=kemiueno

https://www.instagram.com/p/BpfU66MFoWM/?taken-by=mayananeiva

https://www.instagram.com/p/Bpex8CZFJeA/?taken-by=hugomourag

https://www.instagram.com/p/BpfHQ_vnVGn/?taken-by=dayamoraesoficial

https://www.instagram.com/p/BpfL9NcFE30/?taken-by=mariagadu

https://www.instagram.com/p/BpfGb7tAKqi/?taken-by=tiamaoficial

Lista de livros:

  • Autobiografia de Malcom X
  • OBAX – André Neves
  • Para educar crianças feministas – Chimamanda Ngozi Adichie
  • Um defeito de cor – Ana Maria Conçalves
  • Quem tem medo do feminismo negro? – Djamila Ribeiro
  • Cartas da prisão de Nelson Mandela
  • Mulheres, raça e classe – Angela Davis
  • O ódio que você semeia – Angie Thomas
  • Ensaio sobre a cegueira – José Saramago
  • Fico besta quando me entendem – Hilda Hist

  • O movimento negro educador – Nilda Lino Gomes
  • Problemas de Gênero – Judith Butler
  • Viva o fim – André Carvalhal
  • Na minha pele – Lázaro Ramos
  • Mulheres – Carol Rossetti
  • Mídia e racismo: ensaios – Rosalia Diogo
  • O livro dos abraços – Eduardo Galeano
  • Dona Flor e seus dois maridos – Jorge Amado
  • O livro das semelhanças – Ana Martins Marques
  • Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa
  • Eu sou eternamente livre – Luiz Carlos Silveira Dias Junior
  • Ensaios de amor – Alain de Botton
  • Casamento Igualitário – Bruno Bimbi
  • A ditadura envergonhada – Elio Gaspari
  • Batismo de sangue – Frei Betto
  • A autobiografia de Martin Luther King
  • A vida como ela é – Nelson Rodrigues
  • Devassos no paraíso – João Silveiro Trevisan
  • Textos em ficção – Hilda Hilst
  • Insubmissas lágrimas de mulheres – Conceição Evaristo
  • Persépolis – Marjani Satrapi
  • A menina que roubava livros – Markus Kusak
  • O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado – Abdias do Nascimento
  • Brasil: uma biografia – Heloisa Maria Murgel Starling e Lilia Schwarcz
  • O mundo é bárbaro – Luis Fernando Veríssimo
  • Contos reunidos – Rubem Fonseca
  • Cartas perto do coração – Fernando Sabino e Clarice Lispector

 

Baita seleção de títulos, né?

BOA LEITURA ❤

Grande beijo,

Duda Buchmann