O Urban Project foi criado com o intuito de compartilhar experiências vivenciadas, de forma autêntica e momentos únicos do cotidiano urbano. Desenvolvido por Marlon W. Laurencio e Marcelo Niluk Vianna (Billy) em Junho de 2016, em Porto Alegre/RS.
Para o 13 de maio – historicamente conhecido como dia da abolição da escravatura pela Lei Áurea de 1888, mas para o movimento negro essa data não é reconhecida e preferimos exaltar nossos verdadeiros heróis – Marlon Laurencio e Billy Valdez realizaram o ensaio ‘Filhas e Filhos de Dandara’ nas ruas do Centro de Porto Alegre com negros que relataram sua experiência de vida.
Pensando na importância de sermos protagonistas a URBAN PROJECT lança neste dia 13 o ensaio “FILHAS E FILHOS DE DANDARA”, que visa principalmente o empoderamento negro, através da estética sensibilizada nas fotografias e dos relatos pessoais de quem ainda não pode comemorar a dita liberdade. Dia 13 de maio é celebrado no Brasil a Abolição da Escravatura. Em 1888, ainda como Império, o Brasil é o último país latino a declarar completamente a liberdade para o povo negro. Princesa Isabel é erroneamente nomeada como “redentora”, todavia ela nunca foi uma abolicionista, apenas cedeu às pressões dos grupos abolicionistas. Existe sim uma heroína nessa história, ela é negra, mulher, escravizada, ela é Dandara! Devido a sua ausência na historiografia, pouco sabemos sobre Dandara, e muitos julgam que sua existência não passa de uma lenda. Todavia, acreditamos na sua breve história, Dandara foi a companheira de Zumbi dos Palmares e com ele teve três filhos. Uma mulher a frente do seu tempo, e que assim como outras mulheres que viviam no quilombo, lutaram nas batalhas quando Palmares foi atacado. Uma verdadeira heroína, que preferiu a morte, jogando-se do alto de uma pedreira, do que voltar à condição de escrava. A história da formação do Brasil que nos é contada, a partir da visão eurocêntrica e machista tem na sua hierarquia decrescente: homens brancos, mulheres brancas, homens negros e por último as mulheres negras (o mesmo ocorre com homens e mulheres de povoados indígenas). É a partir dessa lógica que Isabel é a “redendora”, e não Dandara.
Nós somos os protagonistas da nossa história! Somos Dandara, somos Zumbi. Somos Angela Davis, somos Martin Luther King. Somos Carolina Maria de Jesus, somos Abdias do Nascimento. Somos Petronilha da Silva, somos Oliveira Silveira.
Larissa Oyarzabal
A ideia é linda e o resultado mais incrível ainda! Confere alguns trechos dos relatos e algumas fotos, mas para conferir tudo (inclusive o meu relato), clica aqui.

Trabalho fiscalizando obras no interior do estado e sofro quase que mensalmente algum tipo de RACISMO, quando revido sempre ouço a mesma coisa – Mas você não é NEGRA é moreninha!
Revido quase SEMPRE dizendo que sou negra SIM com muito ORGULHO filha e neta de NEGROS e me orgulho muito DISSO!

Mas, se eu fosse falar aqui a quantidade de pessoas que mudam de calçada quando você passa, por medo de ser assaltado, ou se você toma paredão e tapa na cara da polícia, ou se algum segurança te segue o tempo todo no mercado, ou se você vai ficar brigando por espaços e cotas camuflados na palavra “NÃO”, LEMBREM E NUNCA SE ESQUEÇAM DE QUE OS DIREITOS SÃO OS MESMOS, INDIFERENTE DA COR DA PELE.

Tomei logo por decisão: não vou mais sofrer com isso. Lembro-me de pedir para a senhora que trançava o cabelo da minha mãe (e também confeccionava perucas) que me fizesse uma peruca loura de cabelos lisos. Estava resolvido o meu problema! As meninas louras da escola eram cheias de amigos e todos queriam brincar com elas.”Está bem. Amanhã te trago de presente!”, rindo ela disse, achando engraçado o meu pedido. A peruca, obviamente, nunca chegou. E com ela a decepção.
Forte, libertador e dá uma vontade enorme de seguir em frente!
~Site da Urban Project: http://contatourbanprojec.wixsite.com/
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Espero que tenham gostado,
Duda Buchmann